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CORREIO BRAZILIENSE

No Areal, vizinhança se mobiliza contra albergue que hospeda sem-tetos
Saulo Araújo
 
Publicação: 16/01/2011 08:00 Atualização: 16/01/2011 08:22
Lideranças comunitárias do Areal, região incorporada a Águas Claras, organizaram ontem um abaixo-assinado pedindo a remoção do Albergue Conviver. Segundo relato de moradores, a violência na cidade está diretamente associada ao estabelecimento que hospeda sem-tetos de todas as partes do Distrito Federal e do país. Eles reclamam que a presença dos albergados tem, inclusive, desvalorizado os imóveis do bairro. Na avenida principal do Areal, muitas placas de venda estão espalhadas nas calçadas.


Um dos organizadores do manifesto, Luiz Cláudio Cezário, 39 anos, denuncia que a maioria das pessoas residentes do albergue tem ficha de antecedentes criminais ou são foragidos da Justiça. Ele reclama que a direção do órgão não tem um controle efetivo sobre essa população. “Só através do Linha Direta (extinto programa da Rede Globo que relembrava casos de autores de homicídios foragidos) a polícia prendeu dois assassinos de altíssima periculosidade. Eles estavam andando no meio da população, como cidadãos comuns, porque a direção não troca informação com outros órgãos”, reclamou.


Luiz Cláudio carrega no corpo 11 cicatrizes provocadas por uma faca. De acordo com ele, o autor da agressão é um albergado, que o assaltou há cerca de quatro anos. “Eu estava saindo do mercado quando três homens me abordaram Um deles, que depois eu descobri ser albergado, começou a me esfaquear sem eu nem ter reagido. Parecia estar sob efeito de drogas ou álcool”, relembrou.


A aposentada Guiomar Duarte Sá, 60 anos, conta que desistiu de ter interfone em casa. “Eles tocam o interfone toda hora pedindo dinheiro. Se você der para um, todos querem também. Da última vez, eles tocaram tanto que o interfone quebrou. Não vou mais arrumar para ver se tenho um pouco de sossego.”


Entre os comerciantes, a insatisfação é ainda maior. O dono de uma mercearia no centro do Areal Ricardo Rodrigues, 31 anos, diz que o movimento no seu estabelecimento cai bastante nesta época do ano, quando o albergue está lotado. “Os clientes são coagidos a dar dinheiro e preferem pegar o carro e sair da cidade para fazer compras em outro lugar do que ter que passar por esse constrangimento. Eu acho que o albergue deve existir, mas em uma área longe da cidade”, disse.


Social
O diretor do Albergue Conviver, Alisson Pereira, interpreta as críticas dos moradores como um preconceito com os mais carentes. Segundo ele, a população local espera que a casa tenha o mesmo aspecto de um sistema prisional, restringindo as saídas dos albergados, mas, pelo caráter social do albergue, esse modelo não pode ser adotado. “O albergue é estigmatizado pelos moradores também por conta da especulação imobiliária, mas eu tenho um olhar diferenciado. Ali é um lugar para garantir a proteção de quem necessita sem privá-los da liberdade. Não podemos encarcerá-los”, rebateu.


Ele também condena a associação da violência à presença dos albergados. De acordo com Pereira, o prédio que tem capacidade para abrigar 700 pessoas, foi construído antes da cidade. E lembrou que o Areal nasceu de uma invasão e tem características de violência que não estão relacionadas ao albergue. “Com ou sem albergue, iria existir tráfico de drogas, assaltos e roubos aqui. E digo que a grande maioria dos crimes que acontecem aqui não é cometido por moradores do albergue, até porque 90% deles estão em trânsito em Brasília para resolver algum problema, ou procurando uma ocupação”, afirmou.


O administrador de Águas Claras, José Júlio Oliveira, reconhece o problema e diz que pretende discutir o assunto com a nova secretária da Sedest, Arlete Sampaio, nos próximos dias. “A administração não tem poder para simplesmente tirar o albergue, até porque tem o caráter social. Mas podemos provocar o assunto, discutir uma remoção, ou outra alternativa, mas o fato é que realmente o albergue incomoda os moradores”, frisou José Júlio.


Abaixo-assinado
Os responsáveis pelo protesto pretendem recolher cerca de 20 mil assinaturas e entregá-las ao governador do DF, Agnelo Queiroz e à secretária de Desenvolvimento, Ação Social e Transferência de Renda (Sedeste), Arlete Sampaio, ambos do PT.




Bom dia DF - 24/01/2010

Moradores do Areal protestam contra albergue público

http://dftv.globo.com/Jornalismo/DFTV/0,,MUL1643522-10041,00-MORADORES+DO+AREAL+PROTESTAM+CONTRA+ALBERGUE+PUBLICO.html

O abrigo para moradores de rua é o único do DF e, segundo os vizinhos, é responsável pela violência na região. Secretária de Desenvolvimento diz que não tem como desativar o local.
 Com faixas, cartazes e camisetas brancas, os moradores do Areal foram às ruas protestar. Eles querem que o albergue público seja transferido para outro local.   

Um abaixo-assinado reforça o pedido. Já são mais de cinco mil assinaturas a favor de uma nova destinação para a área onde, atualmente, funciona o albergue.            

“Nós estamos querendo escola de primeiro e segundo grau e um posto de saúde. Queremos que tirem o albergue pacificamente do local”, pede o professor José Caldas de Souza.

Os moradores do Areal afirmam que a violência na área está diretamente relacionada ao abrigo. “Eles usam drogas e, em frente ao albergue, tem uma cracolândia. Eles coagem as pessoas a dar esmola”, diz um homem.  

E por vários locais a equipe de reportagem flagrou grupos de albergados aparentemente bêbados e drogados. Durante a passeata, um deles causou confusão.       

O albergue público recebe sem-tetos, pessoas que não têm onde ficar. E eles mesmos reclamam das condições do local.  

O delegado José Carlos Medeiros, da 21ª DP, assumiu há quatro dias e diz que colocou mais policiais nas ruas. Segundo ele, a ação já trouxe resultado. “Nós tivemos, por causa da operação, uma redução em 35% na incidência criminosa de Taguatinga Sul”, afirma.

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, o albergue tem capacidade para abrigar até 700 pessoas, mas, atualmente, está com apenas 485, sendo que 90% são moradores de outros estados que vem a Brasília para tratamento de saúde.

A Secretaria afirma que os albergados não oferecem risco à população e que o problema são os moradores de rua que ficam nas redondezas. A secretária Arlete Sampaio diz que não há como desativá-lo e, segundo ela, o governo pretende solucionar o problema com a criação de outros quatro albergues.           

“Aquele albergue tem 20 anos de existência, não podemos substituí-lo de uma hora para outra. Temos um planejamento de construir quatro albergues, justamente para reduzir a população de um único albergue”, afirma a secretária.       

As cidades onde vão ser instalados os novos albergues públicos ainda vão ser definidas pelo governo.

Maria Fernanda Soares / Edvaldo Lachu


 QS 9 do Areal continua sem asfalto e cercada por entulho
Redação Móvel mostrou o problema em julho deste ano. Na época, os moradores da quadra sofriam com o lixo e a poeira. Nada foi feito e agora eles sofrem com a lama e com as chuvas.
Quatro meses após a visita da Redação Móvel, os moradores da QS 9 do Areal ainda têm muitas reclamações. A falta de asfalto, de segurança e a quantidade de entulho nas ruas são problemas antigos. O administrador de Taguatinga, Rubens Tavares, afirmou na época que o entulho seria retirado em dez dias e que o asfalto seria colocado até o final de novembro – promessas que não foram cumpridas.
“Não fizeram nada praticamente daquilo que foi prometido na época, que é o problema do asfalto e esse entulho”, relata o presidente da Associação dos Moradores do Areal, Eduardo Machado.
Há três meses o governo começou a tirar a terra, mas deixou o serviço pela metade. Com as chuvas, a água se acumula nas ruas, impedindo a passagem de pedestres e veículos em alguns trechos. “As carretas chegam para descarregar e atolam. O pessoal começou a preparar o asfalto, colocou um monte de terra e não deixou espaço para as carretas manobrar”, relata o empresário Wanderley Mendonça, dono de uma transportadora.
Outros problemas, como a presença de moradores de rua, também não foram resolvidos. “Os mendigos não deixam a gente trabalhar, a gente trabalha com tudo trancado. Se eles pedem alguma coisa e você dá uma água, vem quatro ou cinco pedir. Quando eles pedem e você não tem, eles te ameaçam”, conta a comerciante Maria Gomes.
O administrador Rubens Tavares afirma que o atraso na implantação do asfaltamento foi causado por um erro no planejamento da obra. “A complexidade da água pluvial do escoamento foi bem maior do que se esperava. Em razão disso, é necessário que se faça um túnel por baixo da pista para o escoamento da água”, explica.

Confira a entrevista completa com o administrador no vídeo.

Luísa Doyle
Rua sem asfalto causa transtornos em Taguatingua

População de Arniqueiras luta para combater o lixo

16/08/2009
Rafaella osler
Para melhorar a qualidade de vida dos moradores de Arniquiras e garantir a preservação do meio ambiente, a Gerência Regional está promovendo uma campanha educativa sobre a importância da coleta de lixo. O trabalho é resultado de uma Ação Civil Pública, movida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) no ano passado e tem por objetivo conscientizar a população de que enquanto tiver lixo acumulado nas ruas, o governo não fará nenhuma ação para beneficiar a região.


A campanha “Cidade limpa, gente feliz”, conta com o apoio de tendas itinerantes que servem para auxiliar os moradores caso exista alguma dúvida. “A maioria das pessoas deixaram de espalhar os lixos nas ruas. Podemos dizer que 60% de Arniquiras está limpo. Outro fator interessante é que logo após o lançamento da campanha, os próprios moradores ligam para denunciar quem espalha lixo em áreas públicas”, explicou a gerente da Gerência Regional de Arniqueiras e Águas Claras, Telma Rufino.


Atualmente, cerca de 37 mil pessoas residem em Arniqueiras. Segundo Telma, somente alguns pontos da região ainda estão repletos de resíduos. “Infelizmente ainda tem lugares imundos. Mas estamos mudando está realidade. Aos poucos vamos conscientizar toda a população”, finalizou.


A orientação é de que os moradores sigam o horário estipulado para a coleta de lixo e aos domingos e feriados não coloquem os sacos nas ruas para o caminhão recolher. A coleta começa toda segunda-feira, às 8h e é encerrada ao sábado, às 15h.
Da Redação